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domingo, 24 de outubro de 2010

Os contos de Beedle, o bardo - Babbitty, a coelha, e seu Toco gargalhante

BABBITTY, A COELHA, E SEU TOCO GARGALHANTE


Há muitos e muitos anos, em uma terra muito distante, vivia um
rei apalermado que decidiu que somente ele devia ter poderes
mágicos.
Assim, ordenou que o chefe do seu exército formasse uma Brigada
de Caçadores de Bruxos, e equipou-a com uma matilha de ferozes
cães negros.
Ao mesmo tempo, determinou que em cada aldeia e cidade de suas
terras fosse lida a seguinte proclamação: "O rei procura um
Instrutor de Magia."
Nenhum bruxo ou bruxa ousou se candidatar ao cargo, pois
estavam todos escondidos da Brigada de Caçadores de Bruxos.
Entretanto, um astucioso charlatão, sem qualquer poder mágico,
viu nisso uma chance de enriquecer e apresentou-se ao palácio
como um bruxo de enorme perícia. O charlatão executou alguns
truques simples que convenceram o rei dos seus poderes mágicos,
e foi imediatamente nomeado Grande Feiticeiro-Chefe, Mestre
Régio de Magia.
O charlatão pediu ao rei que lhe desse um polpudo saco de ouro
para ele poder comprar varinhas e outros materiais mágicos
necessários. Pediu, ainda, vários rubis graúdos para serem usados
no lançamento de feitiços curativos e uns dois cálices de prata
para guardar e maturar poções. Tudo isso o apalermado rei lhe
entregou.
O charlatão guardou o tesouro a salvo em sua própria casa e
voltou aos jardins do palácio.
Ele não sabia, no entanto, que estava sendo observado por uma
velha que vivia em um casebre na periferia dos jardins do palácio.
Seu nome era Babbitty, e ela era uma lavadeira que mantinha as
roupas de cama e mesa do palácio macias, cheirosas e alvas.
Espreitando por trás dos lençóis que secavam no varal, Babbitty viu
o charlatão partir dois galhinhos de uma das árvores do rei e
desaparecer no interior do palácio.
O charlatão entregou um dos gravetos ao rei e lhe garantiu que
era uma varinha de formidável poder.
— Mas somente produzirá resultados — disse o charlatão — quando o
senhor se mostrar merecedor.
Toda manhã o charlatão e o apalermado rei saíam aos jardins
onde agitavam suas varinhas e bradavam disparates para o céu. O
charlatão tinha o cuidado de executar mais truques, de modo a
manter o rei convencido da perícia do seu grande feiticeiro e do
poder das varinhas que tinham lhe custado tanto ouro.
Certa manhã, quando o charlatão e o rei apalermado faziam
floreios com suas varinhas, pulavam em círculos e entoavam rimas
sem sentido, uma grande gargalhada chegou aos ouvidos do rei.
Babbitty, a lavadeira, apreciava o rei e o charlatão da janela de sua
casinha, e gargalhava com tanto gosto que não tardou a
desaparecer de vista, fraca demais para continuar de pé.
— Devo parecer muito indigno para fazer a velha lavadeira dar
tantas risadas — disse o rei. Ele parou de pular e agitar a varinha e
enrugou a testa.
- Estou cansado de praticar! Quando estarei pronto para realizar
feitiços régios diante dos meus súditos, feiticeiro?
O charlatão tentou tranquilizar seu discípulo, assegurando-lhe que
logo seria capaz de feitos mágicos surpreendentes. Porém, as
gargalhadas de Babbitty incomodaram o rei mais do que o
charlatão imaginava.
— Amanhã — disse o rei —, convidaremos nossa corte para assistir
ao seu rei realizar mágicas!
O charlatão viu que chegara a hora de apanhar seu tesouro e fugir.
— Ai de mim, será impossível! Esqueci-me de informar Vossa
Majestade que preciso sair amanhã em uma longa viagem...
— Se você deixar este palácio sem a minha permissão, feiticeiro,
minha Brigada de Caçadores de Bruxos o perseguirá com os seus
cães! Amanhã de manhã você me ajudará a realizar mágicas diante
dos nossos lordes e damas, e se alguém rir de mim, mandarei
decapitá-lo!
O rei entrou enfurecido no palácio, deixando o charlatão só e
amedrontado. Agora nem toda a sua astúcia seria capaz de salválo,
pois não poderia fugir nem tampouco ajudar o rei com a magia
que nenhum dos dois conhecia.
Procurando uma válvula para aliviar seu medo e raiva, o charlatão
se aproximou da janela de Babbitty, a lavadeira. Espiando para
dentro da casa, viu a velhinha sentada à mesa, encerando uma
varinha. Em um canto às suas costas, os lençóis do rei estavam se
lavando sozinhos em uma tina de madeira.
O charlatão compreendeu imediatamente que Babbitty era uma
bruxa genuína, e que, tendo lhe causado aquele terrível problema,
poderia também resolvê-lo.
— Sua bruxa velha! — berrou o charlatão. — Sua gargalhada me
custou caro! Se não me ajudar, vou denunciá-la, e você é que será
despedaçada pelos cães do rei!
A velha Babbitty sorriu para o charlatão e tranquilizou-o, dizendo
que faria tudo em seu poder para ajudá-lo.
O charlatão lhe deu instruções para se esconder em uma moita
enquanto o rei apresentava o seu espetáculo de magia, e para
executar os feitiços do rei sem que ele soubesse. Babbitty
concordou com o plano, mas fez uma pergunta.
— E, meu senhor, se o rei tentar um feitiço que Babbitty não
seja capaz de realizar?
O charlatão zombou.
— A sua mágica é superior à imaginação daquele tolo — garantiulhe
o homem e se retirou para o castelo muito satisfeito com a
própria esperteza.
Na manhã seguinte todos os lordes e damas do reino se reuniram
nos jardins do palácio. O rei subiu a um palco à frente deles
acompanhado pelo charlatão.
— Primeiro, farei o chapéu dessa dama desaparecer! — anunciou
o rei, apontando o seu galhinho para uma dama.
Do meio de uma moita próxima, Babbitty apontou a varinha para o
chapéu e o fez sumir. Grande foi o espanto e a admiração da
nobreza e forte o seu aplauso para o jubiloso rei.
— A seguir, farei aquele cavalo voar! — anunciou o rei, apontando o
galhinho para o próprio ginete.
Do meio da moita, Babbitty apontou a varinha para o cavalo e o
animal se elevou no ar.
Os nobres ficaram ainda mais arrebatados e surpresos, e, aos
gritos, manifestaram o seu apreço pelo rei mágico.


— E, agora — disse o rei, correndo o olhar ao redor em busca de
uma idéia; e o capitão de sua Brigada de Caçadores de Bruxos
correu para o rei.
- Majestade — disse o capitão — esta manhã, Sabre morreu depois
de comer um cogumelo venenoso! Ressuscite-o , majestade, com a
sua varinha!
E o capitão carregou até o palco o corpo sem vida do maior dos
cães caçadores de bruxos.
O apalermado rei brandiu o seu galhinho e apontou para o cão
morto. Mas, no meio da moita, Babbitty sorriu, e não se deu sequer
o trabalho de erguer a varinha, porque nenhuma mágica é capaz
de ressuscitar os mortos.
Ao ver que o cão continuava imóvel, os nobres começaram primeiro
a murmurar e depois a rir.
Desconfiaram que os primeiros dois feitos do rei, afinal, não tinham
passado de simples truques.
Por que não está funcionando? — gritou o rei para o charlatão, que
recorreu ao último ardil que lhe restava.
Ali, majestade, ali! — gritou ele, apontando para a moita onde
Babbitty estava escondida. — Vejo-a claramente, a bruxa má que
está bloqueando a nossa magia com os seus próprios feitiços
malignos! Prenda-a, alguém, prenda-a!
Babbitty fugiu da moita, e a Brigada de Caçadores de Bruxos saiu
em sua perseguição, soltando os cães, que latiram longamente,
sedentos pelo sangue da bruxa. Mas, ao alcançar uma sebe baixa,
a bruxa desapareceu de vista, e quando o rei, o charlatão e todos
os cortesãos chegaram ao outro lado, encontraram a matilha
caçadora latindo e escarafunchando ao redor de uma árvore velha
e curvada.
— Ela se transformou em uma árvore! — berrou o charlatão e,
temendo que Babbitty retomasse sua forma humana e o
denunciasse, acrescentou:
— Derrube-a, Vossa Majestade, é assim que se lida com bruxas
más!
Imediatamente trouxeram um machado, e a velha árvore foi
abatida com sonoros vivas dos cortesãos e do charlatão.
Entretanto, quando se preparavam para retornar ao palácio, o som
de uma gargalhada os fez parar de estalo.
— Tolos! — exclamou a voz de Babbitty do toco que eles haviam
deixado para trás.
— Bruxos e bruxas não podem ser mortos rachando-os ao meio!
Se não acreditam em mim, peguem o machado e cortem o grande
feiticeiro ao meio!
O capitão da Brigada de Caçadores de Bruxos se apressou a fazer a
experiência, mas, quando ergueu o machado, o charlatão caiu de
joelhos pedindo misericórdia e confessando toda a sua maldade. Ao
vê-lo sendo arrastado para a masmorra, o toco de árvore
gargalhou mais alto que nunca.
— Quando cortou uma bruxa ao meio, Vossa Majestade
desencadeou uma terrível maldição sobre o seu reino! — disse o
toco ao rei aterrorizado.
- De hoje em diante, cada maldade que o senhor infligir aos meus
companheiros bruxos se refletirá como uma machadada do lado do
seu corpo, até o senhor desejar morrer.
Ao ouvir isso, o rei também caiu de joelhos e disse ao toco que
faria imediatamente uma proclamação, protegendo todos os
bruxos do seu reino e deixando-os praticar sua magia em paz.
— Muito bem — disse o toco —, mas o senhor ainda não
compensou Babbitty!
— Farei qualquer coisa, qualquer coisa que pedir! — exclamou o
apalermado rei, torcendo as mãos diante do toco.
- O senhor construirá uma estátua de Babbitty em cima de mim,
em memória da sua pobre lavadeira, para lembrá-lo para sempre
de sua própria tolice! — ordenou o toco.
O rei concordou imediatamente e prometeu contratar o maior
escultor da terra para fazer uma estátua de ouro puro. Depois o
envergonhado rei e toda a nobreza retornaram ao palácio,
deixando o toco dando gargalhadas às suas costas.
Quando os jardins se esvaziaram novamente, esgueirou-se do
buraco entre as raízes do toco uma velha coelha robusta e
bigoduda com uma varinha presa entre os dentes. Babbitty saiu
saltando pelos jardins para muito longe, a estátua de ouro da
lavadeira, que recobria o toco, durou para sempre, e nunca mais os
bruxos foram perseguidos naquele reino.
Comentários de Alvo Dumbledore sobre "Babbitty, a
Coelha, e seu Toco Gargalhante"
A história de "Babbitty, a Coelha, e seu Toco Gargalhante" é, sob
muitos aspectos, o conto de Beedle mais "real", na medida em
que a magia descrita na história está quase totalmente de acordo
com as conhecidas leis da magia.
Foi graças a essa história que muitos de nós descobrimos que a
magia não podia ressuscitar os mortos — o que foi um grande
desapontamento e um choque, convencidos que estávamos na
infância de que nossos pais seriam capazes de acordar os nossos
ratos e gatos com um aceno de varinha. E, embora tenham
transcorrido uns seis séculos desde que Beedle escreveu esse
conto, e desde então tenhamos concebido inúmeras maneiras de
manter a ilusão da presença continuada dos entes que amamos,1
os bruxos ainda não descobriram como juntar corpo e alma uma
vez que a morte ocorra. Diz o eminente filósofo bruxo Bertrand de
Pensées-Profondes em sua famosa obra Um estudo da
possibilidade de reverter os efeitos metafísicos e reais da morte
natural, com especial atenção à reintegração da essência com a
matéria: "Desistam. Isto jamais acontecerá."
1 [As fotos e os retratos de bruxos têm movimentos e (no caso
destes últimos) falam como seus personagens. Outros objetos
raros, como o Espelho de Ojesed, podem também refletir mais do
que uma imagem estática de alguém querido que perdemos. Os
fantasmas são versões transparentes, dinâmicas, falantes e
pensantes dos bruxos e bruxas que desejaram, por alguma razão,
permanecer na terra. JKR]
O conto de Babbitty, a Coelha, porém, nos oferece uma das
primeiras menções literárias a um animago, pois Babbitty, a
lavadeira, é dotada dessa rara habilidade mágica de se
transformar em animal, quando quer.
Os animagos formam uma pequena fração da população bruxa.
Atingir a transformação perfeita e espontânea de humano para
animal exige muito estudo e prática, e muitos bruxos consideram
que seu tempo pode ser melhor empregado em outras
atividades. Certamente, a aplicação de tal talento é limitada a
não ser que a pessoa tenha grande necessidade de se disfarçar ou
se ocultar. Por esta razão, o Ministério da Magia insiste em
registrar os animagos, pois não resta dúvida de que tal tipo de
feitiço tem maior utilidade para aqueles que se dedicam a
atividades sub-reptícias, secretas ou até criminosas.2
2 [A professora McGonagall, diretora de Hogwarts, me pediu que
esclarecesse que ela se tornou um animago em decorrência de
suas extensas pesquisas em todos os campos da Transfiguração,
e que jamais usou sua habilidade de se transformar em gato com
nenhum objetívo sub-reptício, à exceção das atividades legais em
favor da Ordem da Fênix, nas quais o sigilo e o disfarce eram
imperativos. JKR]
É duvidoso que algum dia tenha havido uma lavadeira capaz de
se transformar em coelha; entretanto, alguns historiadores da
magia têm sugerido que Beedle criou Babbitty à feição da famosa
francesa Lisette de Lapin, que foi condenada por feitiçaria em
Paris, em 1422. Para assombro dos seus carcereiros trouxas, que
mais tarde foram julgados por ajudar a bruxa a escapar, Lisette
sumiu de sua cela prisional na véspera de sua execução. Embora
nunca tenha se provado que Lisette fosse um animago que
conseguiu se espremer entre as grades da janela de sua cela,
subsequentemente, um grande coelho branco foi avistado
atravessando o Canal da Mancha em um caldeirão equipado com
uma vela, e um coelho semelhante tornou-se mais tarde
conselheiro de confiança na corte do rei Henrique VI.3
O rei na história de Beedle é um trouxa imbecil que, ao mesmo
tempo, cobiça e teme a magia. Ele acredita que pode se tornar
bruxo simplesmente aprendendo encantamentos e agitando uma
varinha.4
3 Isto pode ter contribuído para a reputação de instabilidade
mental daquele rei trouxa.
4 Conforme demonstraram as intensas pesquisas do
Departamento de Mistérios que remontam a 1672, bruxos
nascem feitos. Ainda que a habilidade fortuita de realizar mágicas
ocorra em pessoas que aparentemente descendem de não-bruxos
(e embora vários estudos sugiram que terá sempre havido alguém
bruxo em sua árvore genealógica), trouxas não podem realizar
mágicas. O melhor — ou pior — a que poderiam aspirar são eleitos
aleatórios e não controláveis gerados por uma varinha mágica
genuína, que, sendo um instrumento supostamente canalizador
de magia, retém, por vezes, um poder residual que pode
descarregar em um dado momento — veja também as notas
sobre a tradição das varinhas em "O conto dos três irmãos".
Ignora inteiramente a verdadeira natureza da magia e dos
bruxos, e, portanto, engole as absurdas sugestões tanto do
charlatão quanto de Babbitty. Tal atitude é típica de um
determinado tipo de mentes trouxas: em sua ignorância, estão
prontas a aceitar toda sorte de impossibilidades a respeito da
magia, inclusive as hipóteses de que Babbitty se transforme em
uma árvore que ainda pode pensar e falar. (Neste ponto, vale
ainda notar que, embora Beedle use o artifício de fazer uma
árvore falar para ressaltar como o rei trouxa é ignorante, ele nos
pede também para acreditar que Babbitty é capaz de falar
enquanto coelho. Isto poderia ser uma licença poética, mas acho
mais provável que Beedle tenha ouvido falar de animagos sem
jamais ter conhecido um, porque esta é a única liberdade que ele
toma em relação às leis da magia em sua história. Os animagos
não retêm o poder da fala humana enquanto sob a forma animal,
embora conservem a capacidade humana de raciocinar. Isto,
como qualquer escolar sabe, é a diferença fundamental entre ser
animago e se transfigurar em animal. Neste último caso, a pessoa
se transforma inteiramente em um animal e, em consequência,
desconhece a magia, perde a consciência de ter sido bruxo, e
precisaria de alguém que o transfigurasse em sua forma original.)
Creio ser possível que, ao preferir que sua heroína finja se
transformar em árvore e ameace o rei com a dor de uma
machadada no próprio corpo, Beedle tenha se inspirado em
tradições e práticas reais da magia. As árvores com madeira
apropriada para varinhas sempre foram ferozmente protegidas por
seus fabricantes, que cuidam delas, e quando alguém as corta
para roubá-las, se arrisca a expor-se não apenas à malícia dos
tronquilhos5 que normalmente fazem seus ninhos ali, como
também a efeitos adversos dos Feitiços de Proteção com que seus
donos as cercaram. Na época de Beedle, a Maldição Cruciatus
ainda não tinha sido declarada ilegal pelo Ministério da Magia,6 e
poderia ter produzido a exata sensação que Babbitty usa para
ameaçar o rei.
5 Para a descrição completa desses pequenos e curiosos
habirantes das árvores, veja Animais fantásticos & onde habitam.
6 As Maldições Cruciatus, Imperius e Avada Kedavra foram
classificadas como Imperdoáveis em 1717, com as mais rigorosas
penalidades associadas ao seu uso.





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